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José Marques da Silva

José Marques da Silva (Porto, 1869-1949) foi um dos mais importantes arquitetos portugueses da primeira metade do século XX. A sua arquitetura, eclética e de raiz parisiense, estende-se pelo norte de Portugal, mas é sobretudo fundamental para a compreensão da fisionomia portuense, cidade que marcou de forma indelével. A sua obra reflete uma convicção reformadora e um apurado conhecimento do lugar.

A formação de Marques da Silva inicia-se na Academia Portuense de Belas Artes, tendo continuado os seus estudos em Paris, cidade onde frequenta a École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts e o reputado atelier de Victor Laloux. Aí obtém, em 1896, com o projeto para a Gare Central do Porto (futura estação de S. Bento), o título de Arquiteto Diplomado pelo Governo Francês.

Enquanto arquiteto liberal, desenvolveu uma vasta obra onde se destacam grandes equipamentos públicos e edifícios com forte impacto urbano, como a já referida Estação de São Bento (1896), o Santuário de S. Torcato (1896), a sede da Sociedade Martins Sarmento (1899), o edifício “As 4 Estações” (1905), o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular (1909), o Teatro Nacional de São João (1909), a sua própria Casa-Atelier (1909), os Grandes Armazéns Nascimento (1914), os Liceus Alexandre Herculano (1914) e Rodrigues de Freitas (1918), a sede da seguradora Nacional e o edifício Pinto Leite (1919-1922), na Avenida dos Aliados, e a Casa de Serralves (1925).

José Marques da Silva lutou pela afirmação da profissão de arquiteto e ocupou vários cargos de relevo em comissões, associações e instituições públicas, tendo sido inclusivamente arquiteto municipal no início da sua longa carreira. Mas distingue-se ainda por ter desempenhado uma importante ação pedagógica em várias gerações de arquitetos que frequentaram o seu atelier e a Escola de Belas Artes do Porto, onde assumiu, por diversas vezes, as funções de Diretor.