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Rui Goes Ferreira

Rui Goes Ferreira (1926-1978) nasceu no Funchal, mas formou-se em arquitetura no Porto, cidade onde frequenta a Escola de Belas Artes e inicia o exercício da prática da Arquitetura como estagiário no atelier de Januário Godinho. Regressou à Madeira em 1955, onde formou um “atelier-escola” e cruzou a Arquitetura com o Urbanismo, Arte e Sociedade, desenvolvendo uma intensa e diversificada atividade enquanto profissional liberal, professor e dinamizador de projetos culturais. É nesse território natal que a sua obra vai ganhar plena expressão. Atento ao lugar, ao seu contexto urbano e paisagístico, projeta em sintonia com os princípios modelares de uma formação moderna, mas sensível às preocupações e necessidades de uma comunidade com um caráter singular. Da obra realizada, destaca-se o trabalho realizado no Funchal para as Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência, com a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, vários projetos de unidades de habitação individual e coletiva, como o Bairro dos Pescadores em Câmara de Lobos, o arranjo e proposta de construção de um abrigo para o Miradouro do Pico do Areeiro, o acompanhamento do Plano Diretor da Cidade do Funchal, coordenado por José Rafael Botelho, ou o projeto cultural da Galeria de Artes Decorativas TEMPO, desenvolvido com o escultor Amândio Sousa. Duas das suas obras, a Casa do Povo da Boaventura, em São Vicente, edifício que conjuga exemplarmente as condicionantes locais da Ilha da Madeira com a linguagem moderna, e a Fábrica da Empresa de Cervejas da Madeira, projeto que alcança a circunstância rara de atribuir urbanidade a um programa eminentemente industrial, foram recentemente propostas para Classificação como Conjuntos de Interesse Público.