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O MIECST teve origem numa proposta formulada pelo escultor Alberto Carneiro ao município de Santo Tirso, em 1990, para a realização de um conjunto de simpósios de escultura pública.

O MIECST enquanto instituição museológica pretende ser um espaço de diálogo e confronto de várias correntes artísticas contemporâneas e, fundamentalmente, de divulgação e debate da escultura pública, desenvolve-se como um espaço privilegiado de reflexão e como polo aglutinador de projetos inovadores, aproveitando a singularidade da sua natureza e da relação privilegiada que as peças que compõem o seu acervo estabelecem com o espaço que ocupam, assumindo-se como um lugar plural de forte interação entre os cidadãos e a arte.

O Museu é definido pelo perímetro urbano permitindo uma visita autónoma que fortalece a relação das peças e a sua envolvente. Presentemente com 57 esculturas, o MIECST organiza-se em seis núcleos principais – Parque D. Maria II e jardins adjacentes; Praça do Município; Parque dos Carvalhais; Praça Camilo Castelo Branco; Parque Urbano Sara Moreira; Parque Urbano de Gião.

© José Rocha
© José Rocha
© José Rocha
© José Rocha
© José Rocha

Artistas

Alberto Carneiro

Alberto Carneiro (Mamede do Coronado, Trofa, 1937 – Porto,2017) estudou, entre 1947 e 1958, as tecnologias da madeira, da pedra e do marfim nas oficinas de arte religiosa da sua terra, experiência inicial que marcou o seu trabalho artístico subsequente. Entre 1961 e 1967 estudou escultura na Escola de Belas-Artes do Porto e, de 1968 a 1970, frequentou a St Martin’s School of Art, em Londres, onde contactou diretamente com as correntes artísticas emergentes, nomeadamente com a arte conceptual e com a land art, que tiveram grande influência no seu trabalho.

Alberto Carneiro é considerado um pioneiro da arte conceptual em Portugal e ao longo de toda a sua carreira desenvolveu uma singular relação entre arte e natureza. O recurso às matérias naturais em bruto, o uso da fotografia como mediador da relação do sujeito com a natureza e a abordagem antropológica e estética à paisagem natural são alguns dos meios através dos quais Carneiro contribuiu para a renovação da escultura portuguesa ocorrida a partir da segunda metade dos anos 1960.

A sua obra foi exibida em inúmeras exposições individuais e coletivas em Portugal e em outros países europeus, tendo representado Portugal nas Bienais de Paris (1969), Veneza (1976) e São Paulo (1977). No Parque de Serralves está instalada de forma permanente a obra Ser Árvore e Arte, 2000–02, para aí especificamente concebida pelo artista.

 

Rui Sanches

Rui Sanches nasceu em Lisboa, Portugal, em 1954. Estudou durante três anos na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, abandonando o curso em 1974 para ingressar na Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, onde se inscreveu nos ateliês de pintura e desenho. De 1977 a 1980 estudou no Goldsmiths’ College, em Londres, onde tirou o Bachelor of Arts e entre 1980 e 1982 tirou o Master of Fine Arts na Universidade de Yale, nos EUA, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Durante os anos 80 a sua obra é marcada por claras referências a fontes da história da arte dos séculos XVII-XIX. A madeira e os seus derivados – contraplacado, aglomerado, etc. – são os materiais de eleição do escultor, que por vezes os combina com canos, aço, ou, a partir dos anos 90, com vidro ou espelhos, por exemplo. A partir dos anos 90 Rui Sanches desliga-se dos referentes históricos e introduz na sua obra elementos modelados, até então ausentes, e explora um novo processo construtivo – o empilhamento de formas planas para formar um elemento tridimensional.

© António Jorge Silva
Fernanda Fragateiro

Fernanda Fragateiro nasceu no Montijo, Portugal, em 1962, e atualmente vive e trabalha em Lisboa. Entre 1978 e 1981 estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, Lisboa, onde realizou a sua primeira exposição, “Panoramas” (com António Campos Rosado), em 1981. De 1981 a 1982 estudou na AR.CO – Centro de Arte e Comunicação, Lisboa, e de 1983 a 1987 fez o curso de escultura na Escola Superior de Belas Artes da mesma cidade. O seu trabalho caracteriza-se sobretudo por uma interdisciplinaridade, onde áreas como a escultura, a instalação, a cerâmica, a arquitetura, o design ou a ilustração se cruzam e relacionam reciprocamente, em obras que dialogam com o espaço onde se inserem e com o espetador que muitas vezes é convocado para uma ação performativa que completa a obra. Para além de Eu espero, obra criada para o 5º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, em 1999, dos seus projetos públicos destacam-se, mais recentemente, Desenho suspenso, Parque Natural do Pisão, Cascais, 2011, ou Concrete Poem, Vila Nova da Barquinha, 2012.

© Patrick Esteves
Pedro Cabrita Reis

Pedro Cabrita Reis nasceu em 1956 em Lisboa, onde atualmente vive e trabalha, tendo ingressado em 1973 na Escola de Belas Artes da mesma cidade para frequentar o curso de pintura. Expôs individualmente pela primeira vez em 1981, tendo desde então desenvolvido uma obra complexa, caracterizada pelo uso de uma variedade de meios que vão desde o desenho e pintura até à escultura e instalação. Utilizando materiais simples e diversos, como a madeira, vidro, gesso, pedra, plástico ou metal, e por vezes usando elementos e objetos domésticos ou do quotidiano, as suas obras exploram questões relativas aos processos construtivos, à arquitetura e à memória, com uma particular sensibilidade para a ocupação do espaço, seja ele um espaço de exposição ou o espaço exterior (urbano ou de paisagem). Tem participado em numerosas exposições individuais e coletivas em importantes museus e centros de arte nacionais e estrangeiros.

José Barrias

José Barrias nasceu em 1944 em Lisboa, e de 1950 a 1967 viveu no Porto onde frequentou por um breve período a Escola de Belas-Artes. Entre 1967 e 1968 viveu em Paris, fixando-se definitivamente em Milão em 1968, onde atualmente vive e trabalha. A sua complexa obra organiza-se por núcleos temáticos abertos, que se relacionam entre si como capítulos de um livro que se vai revelando por imagens, que são as obras do artista. Trabalhando com diversos meios – pintura, desenho, escultura, objetos encontrados, fotografia, texto escrito, filme – estes são muitas vezes conjugados numa mesma obra, sobretudo em forma de instalações que ocupam e se ajustam ao espaço de exposição. Apesar da variedade da sua obra, a maior parte dos seus trabalhos tem em comum o facto de se desenvolverem a partir de um texto, de uma história ou de um acontecimento na vida do artista, explorando os conceitos de vestígio e de memória.

Última atualização: 7 de Abril, 2022