Saltar para o conteúdo principal

Tarek Atoui (Beirute, Líbano, 1980), artista e compositor eletroacústico, trabalha em composições de grande escala que resultam de uma investigação antropológica, etnológica, musicológica e técnica. As suas exposições cruzam instalação, performance e ensinamentos em processos que se afastam da noção convencional de performance — tanto do ponto de vista do performer como do público — e que sugerem formas visuais, auditivas, táteis e somáticas de experienciar o som.

Esta primeira exposição em Portugal é parte do projeto I/E, em curso desde 2015, no qual Atoui regista os sons de cidades portuárias — Atenas, Abu Dhabi, Singapura, Beirute ou o Porto -, gravando as atividades industriais, humanas e ecológicas dos seus portos. Trabalhando em parceria com Eric La Casa, artista e especialista em gravação de som, escutam os sons abaixo da superfície do mar ou dentro de materiais como metal, pedra e madeira.

Em Waters’ Witness, as gravações áudio dos portos de mar de Atenas, Abu Dhabi e Porto são reproduzidas através de materiais escolhidos para cada uma das localizações: blocos de mármore de Atenas, vigas de aço de Abu Dhabi e estruturas de madeira que albergam composto, vermes e material orgânico, especificamente produzidas para a apresentação em Serralves.

O trabalho com material orgânico em decomposição conduz Waters’ Witness numa direção até agora inédita: uma ecologia acústica que recebe e perpetua sons residuais através das fronteiras audíveis de um mundo em fluxo. Esta paisagem sonora única estende-se da sala central do Museu até ao Parque sob a forma de constelações sonoras, plataformas e sistemas de som, ativados ao longo de todo o período de permanência da exposição em performances programadas, workshops colaborativos e oficinas educativas.

Tarek Atoui: Waters’ Witness foi produzida pelo Museum Fridericianum, Kassel, Alemanha, a Fundação de Serralves, Porto, e o Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Kirchberg (MUDAM), Luxemburgo, em estreita colaboração com o artista. Em Serralves, a exposição tem curadoria de Filipa Loureiro e contou com o generoso apoio da Galeria Chantal Crousel, Paris.

© Filipe Braga
© Filipe Braga
© Filipe Braga
© Filipe Braga
© Filipe Braga
Última atualização: 31 de Março, 2022