Alcino Soutinho
Alcino Peixoto de Castro Soutinho (1930-2013) obteve o seu diploma de Arquiteto em 1959, na ESBAP, onde inicialmente ingressou como aluno do curso de Escultura e aonde regressará, mais tarde, na qualidade de professor. Colaborou em diversos escritórios de arquitetura e para a Fundação das Caixas de Previdência, mas cedo se autonomizou enquanto profissional liberal. Em 1961, partiu para Itália, numa viagem financiada pela FCG, para empreender uma investigação sobre espaços museológicos, interesse que, juntamente com a intervenção sobre o património, manteria e se refletiria na sua intensa produção arquitetónica. É, neste campo, o autor de projetos publicamente reconhecidos como o edifício da Biblioteca-Museu Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante (1977 – Prémio AICA), a recuperação do Castelo de Vila Nova de Cerveira (1982 – Prémio “Europa Nostra”), o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira (2001), ou a Casa-Museu Guerra Junqueiro, no Porto. Homem de causas e com um forte sentido de cidadania, participou no SAAL e veio a ser o autor do primeiro edifício municipal projetado após 1974, em Matosinhos. Participou ainda ativamente no debate e divulgação da arquitetura exercendo igualmente cargos de relevo em instituições como o Centro Português de Design (1998-2001), Cooperativa Árvore (2003-2006) ou Ordem dos Arquitetos (1999-2002). A sua obra é caracterizada por um forte rigor estrutural e construtivo, assente numa linguagem arquitetónica contemporânea, discreta, mas sólida e afirmativa, com um grande sentido de urbanidade e atenção ao lugar.